Olá!

Este é o nosso blog. Seguiremos por aqui até o final da disciplina.

Neste espaço vocês deverão postar as atividades que corresponderão a nota .

Sejam todos bem vindos!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Relatório da Visita à Unidade Básica de Saúde

Postem seus relatórios como comentários a este texto.

Por favor, não esqueçam de escrever seus nomes antes do texto.

Grata,

Ana Débora Santana

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Convite à uma atitude Filosófica: bem vindos à nossa última tarefa

O patrono da filosofia, o grego, Sócrates, afirmava que a primeira e fundamental verdade filosófica é dizer "Sei que nada sei".´Para Platão, discípulo de Sócrates, a filosofia começa com a admiração: já o discípulo de Platão, o filósofo Aristóteles, acreditava que a filosofia começa com o espanto.

Admiração e espanto significam: tomarmos distância do nosso mundo costumeiro, através do nosso pensamento, olhando-o como se nunca o tivéssemos visto antes, como se não tivéssemos tido família, amigos , professores, livros e outros meios de comunicação que nos tivessem dito (sua versão de) como o mundo é. Faz de conta que acabamos de nascer para o mundo, para nós mesmos.

(...) Em nossa vida cotidiana afirmamos , negamos, aceitamos e recusamos coisas, situações , pessoas. Quando pergunto "Que horas são?" ou "que dia é hoje?", minha expectativa é a de que alguém, tendo um calendário, me dê  a resposta exata. Em que acredito quando faço estas perguntas e aceito respostas? Acredito que o tempo existe, que ele passa, que pode ser medido em minutos , horas , dias...que o que já passou é diferente de agora. Assim, uma simples pergunta contém , silenciosamente, várias crenças não questionadas por nós.

Quando digo "ele está sonhando", referindo-me a alguém que diz ou pensa alguma coisa que julgo impossível ou improvável, tenho igualmente muitas crenças silenciosas: acredito que sonhar é diferente de estar acordado, que no sonho o impossível e o improvável se apresentam como possível e provável, e também que o sonho se relaciona com o irreal , enquanto a vigília se relaciona com o que existe realmente.

Assim. a primeira resposta a pergunta "o que é filosofia?" poderia ser : A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido.

Perguntaram certa vez a um filósofo: "Para que a filosofia?" E ele respondeu " Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas sem maiores considerações".

(Baseado no livro "Convite  à filosofia, de Marilena Chauí)

Agora vamos à tarefa:

Fizemos uma caminhada pelo SUS. Foi possível conhecê-lo um pouco, mas existem tantas questões que permeiam o SUS e que não conseguimos abordar em nossa disciplina. Para que isto fosse possível ela deveria ser bem mais longa. Alguns temas apareceram como perguntas na classe. Questões polêmicas e que as vezes até despertam  reações inflamadas. Com um atitude filosófica convido-os a visitar alguns temas instigantes.

Estão curiosos?


1° - Dividam-se em 3 grupos de 10 pessoas e 2 grupos de 12 pessoas.

2° -  Cada grupo deve escolher um dos temas abaixo:

1- Mais Médicos: necessário? Politicagem?
2- Drogadição: doença? caso de polícia?
3-Cirurgia para mudança de sexo no SUS: uma questão de integralidade do cuidado?  um exagero diante de tantas necessidades ainda não atendidas?
4- Ato médico: corporativismo? uma normatização necessária?
5- Práticas médicas "alternativas" (homeopatia, acunpultura, antroposofia, fitoterapia, etc): verdade ou charlatanismo?

3° - Processo de Trabalho: Você deverão, adotando uma atitude filosófica, refletir  (pensar, pesquisar, entrevistar pessoas, ver filmes, etc) sobre a questão escolhida e apresentar em classe este processo de ponderação. A apresentação deve conter:
- teorização sobre o tema ( o que diz a literatura pesquisada);
- explicitação do debate no grupo ( o que pensa o grupo a respeito do tema, que elementos "teóricos" entraram no debate);
-questões filosóficas levantadas após o processo de debate.
- Síntese: a que conclusão o grupo chegou e  como foi este processo.

 Em classe será feita a apresentação do trabalho. Encerradas as apresentações  um grupo fará questionamentos ao outro ( mediante sorteio da sequencia). Todos os alunos deverão estar preparados pois qualquer um poderá ser sorteado à responder.

OBS 1: Notem que nas questões levantadas, aparentemente apresento duas possibilidades. Não considerem desta forma. São apenas questões para disparar o debate. Vocês podem ao final do processo de reflexão concordar com uma das afirmativas, com nenhuma delas, com as duas ou com outra que não escrevi.

OBS2: Minha sugestão é que cada componente do grupo faça uma busca livre (net, livros, revistas, filmes, etc) e que levem os seus  "achados"  para um momento onde ocorrerá o debate. Alguém no grupo deverá ser designado como relator (para anotar o processo). Vocês podem gravar e transcrever na sequência.


Apresentação: duas últimas semanas de aula



Dúvidas? conversamos melhor na próxima aula.
bj,

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Metodologia de Avaliação

Gente

Conforme discutimos previamente, não teremos provas. A avaliação do curso será feita a partir da entrega dos relatórios de visita e apresentação de um trabalho

Serão cinco relatórios de visita:

1) UBS
2) NUCAAR
3) CEMAR
4) CAPS
5) SAMU

Cada relatório valerá 1,0 (um) pontos.

O trabalho valerá 5,0 (cinco) pontos . O trabalho será explicado em uma postagem chamada "Convite a Filosofia".

Para a correção dos relatórios levarei em consideração os parâmetros abaixo:

1) Postagem meramente descritiva : menor pontuação
2) Descrição + posicionamento crítico coerente*:
3) Descrição + posicionamento crítico coerente* + discussão/debate entre pares:
4) Descrição + posicionamento crítico coerente* + referência à literatura**: maior pontuação.

Não fiquem preocupados em escrever longos textos. Sejam concisos , verdadeiros, críticos. Não falem de cor de paredes, número de salas...Essas coisas eu já sei. Estou em busca de ouvir o que vocês apreenderam da experiência e que relação fazem com que ouviram em sala de aula.

PRAZO: o prazo para postagem se encerra quando eu posto o link para a atividade/relatório seguinte.

Dúvidas? me liguem, "whatsapem"  ou me escrevam ana.debora@yahoo.com.br

Abraço,

Ana Débora

* O posicionamento crítico deve ser um argumentação e não apenas uma adjetivação. Ex: achei a UBS de baixa qualidade (adjetivação) é preciso desenvolver argumentos, principalmente se forem contrários ao que diz a literatura.
** É preciso fazer a citação autoral ( ao menos autor/data/ meio de publicação)

Texto sobre a História das Políticas de Saúde no Brasil

Políticas de Saúde no Brasil

Marcus Vinícius Polignano

Este texto está disponivel no link abaixo:


Parece longo (35 páginas) mas as letras são grandes , o texto simples e vai do descobrimento  do Brasil a criação do SUS. Recomendo como literatura para entender a organização da saúde no Brasil e para estudar para concursos.
Boa leitura!

Welfare State

O Estado de bem-estar social (em inglês: Welfare State), também conhecido como Estado-providência, é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com o país em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população.[1]
Os Estados de bem-estar social desenvolveram-se principalmente na Europa, onde seus princípios foram defendidos pela social-democracia, tendo sido implementado com maior intensidade nos Estados Escandinavos (ou países nórdicos) tais como SuéciaDinamarcaNoruega e Finlândia),[2] sob a orientação do economista e sociólogo sueco Karl Gunnar Myrdal. Ironicamente Gunnar Myrdal, um dos principais idealizadores do Estado de bem-estar-social dividiu, em 1974, o Prêmio de Ciências Econômicas (Premio Nobel) com seu rival ideológico Friedrich August von Hayek, um dos maiores defensores do livre mercado, economista da Escola Austríaca.
Esta forma de organização político-social, que se originou da Grande Depressão, se desenvolveu ainda mais com a ampliação do conceito de cidadania, com o fim dos governos totalitários da Europa Ocidental (nazismofascismo etc.) com a hegemonia dos governos sociais-democratas e, secundariamente, das correntes euro-comunistas, com base na concepção de que existem direitos sociais indissociáveis à existência de qualquer cidadão.
Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo o indivíduo teria o direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente, mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos, etc.
Em 1932 o sociólogo e economista Social-democrata Gunnar Myrdal, escreveu que as modernas políticas sociais diferiam totalmente das antigas políticas de auxílio à pobreza, uma vez que eram investimentos e não custos. As políticas sociais modernas seriam eficientes e produtivas devido à sua ação profilática e preventiva, direcionada para evitar o surgimento de problemas nos organismos político-sociais. Nesse sentido as novas políticas sugeridas por Myrdal contrastavam fortemente com as antigas políticas de "remediar a pobreza", sendo destinadas e evitar o surgimento de bolsões de pobreza e a criar maiores riquezas. Myrdal, retornando dos Estados Unidos, onde tornou-se um admirador do New Deal, escreveu um artigo intitulado Qual é o custo da Reforma Social, onde desenvolvia sua argumentação e atacava os críticos das despesas sociais, da (antiga) escola de Estocolmo.[3]
Contra as recomendações dos que pregavam uma "maior economia orçamentária" para sair da Grande Depressão, Myrdal argumentava que as políticas sociais não eram meramente uma questão de redistribuição de renda, mas eram uma questão vital para o próprio desenvolvimento econômico e tinham como objetivo principal o aumento do PIB. Estes conceitos de Myrdal sustentaram a defesa retórica de um Estado de bem-estar social que se expandiu, contra o desejo dos liberais e fundamentalistas de livre mercado, que viam as políticas sociais como "custos" e não com "investimentos" (Myrdal, 1932b; Jonung, 1991). A Social-Democracia sueca era totalmente orientada para uma maior eficiência dos mercados e via nas políticas sociais um meio de obter não só a segurança social dos indivíduos, mas sobretudo a organização eficiente da produção (Stephens, 1979; Ryner, 2002).[3]
Evolução
Hoje em dia existe na Europa, no mundo ocidental, o Estado Providência, resultado da segunda metade da II Guerra Mundial, mas filho directo da crise de 1929 (Grande Depressão). O "Welfare state" teve a origem no pensamento keynesiano e surgiu como resposta para o que se vivia na Europa. É um sistema em crise nos dias de hoje, mas que pautou toda a segunda metade do século XX.
Entre os seus objetivos há dois essenciais: a garantia do bom funcionamento do mercado segundo o pensamento de Adam Smith e a defesa dos direitos dos cidadãos na saúde, educação e alimentação. Uma das ideias fundamentais deste pensamento é a igualdade de oportunidades. Ao longo do tempo vão-se desenvolver políticas públicas, aumentando o orçamento do Estado para essas áreas. Hoje, na Europa, 40% do PIB vai para políticas sociais. A sua origem vem de Lorenz Von Stein, jurista alemão, que elaborou nos seus ensaios a ideia de que o Estado também deve intervir na economia para corrigir os prejuízos que possam haver para os seus cidadãos. Von Stein alertava para o perigo de uma reforma social que não fossem feitas as reformas necessárias. Esta ideia remonta a meados do século XIX e, no final desse século, outro pensador, Wagner, vai criar a Lei de Wagner onde prevê o aumento da intervenção pública nessas áreas, dizendo que se não houver um aumento de administração não há crescimento económico. É nos anos 30 que se implementa o Welfare State depois de algumas experiências anteriores.
Analisando a intervenção do Estado na sociedade francesa e inglesa, os politólogos vão definir três fases de implementação do Estado Providência:
1. Experimentação: esta fase coincide com o alargamento do direito de voto e o aparecimento de segurança social, impulsionada por Otto Von Bismarck que vai resultar na política central da Alemanha do pré I Guerra Mundial e depois da própria República de Weimar.
2. Consolidação: o Estado não poderia ficar indiferente àquilo que se passava e, por isso, chega a hora de intervir através da criação de emprego, como se pode ver nas políticas de Franklin Roosevelt
3. Expansão: nos pós-II Guerra Mundial, o Estado de bem-estar social expande-se. O modelo tinha sido bem sucedido na Suécia e seria aplicado de uma forma generalizada. Patrocinava um acordo social em três partes: o proletariado (representado pelos sindicatos), o patronato e o Estado, o mediador. Quando a política não resulta o Estado intervém e tenta resolver a situação para agradar a ambas as partes. Até aos anos 80 o processo produziu os 30 Gloriosos anos de crescimento económico e estava a ganhar o confronto com o Liberalismo capitalista, modelo em crise após os problemas financeiros de 1973 e pela guerra do Vietname, elemento destabilizador da economia dos EUA. Isso vai levar a que Margaret Thatcher diga que o Estado deixou de ter condições económicas para sustentar um Estado Providência e vai retirar os vários direitos que os cidadãos tinham adquirido ao longo de várias décadas.
Os Neoliberais argumentam sobre o Estado Providência que este é antieconómico já que desvia investimentos, provoca improdutividade, leva a ineficácia e ineficiência do aparelho estatal e, no fundo, é a negação da liberdade e da propriedade privada. Já os Neo-marxistas argumentam que o Estado está a viver uma crise fiscal derivada de um excesso de produção e quem se apropria dos resultados de produção é o proprietário capitalista, deixando o proletariado sem lucro e sem dinheiro para pagar impostos a fim de manter o estado viável. Falam igualmente de uma crise de legitimidade, criticando as políticas de privatização total. Hoje em dia o futuro do Estado Providência é incerto. Estamos a viver em plena crise e aparecem já algumas reformas que tentam resolver problemas como a segurança social, mas a própria mutação demográfica na Europa não ajuda a resolver a problemática do Estado Providência. A direita diz que não há dinheiro e é preciso patrocinar reformas. A esquerda diz que dinheiro há, ele está é mal distribuído.
Estado-providência
Este conceito de economia mista surgiu na Europa no final do século XIX e foi introduzido nos EUA nos anos 30 do século XX.
Na moderna concepção de Estado-providência, os mercados dirigem as atividades específicas do dia-a-dia da vida econômica, enquanto que os governos regulamentam as condições sociais e proporcionam pensões de reforma, cuidados de saúde e outros aspectos da rede de segurança social.
É interessante comparar-se a percentagem do PIB de cada país que é investida em políticas sociais com seus respectivos Índices de Desenvolvimento Humano. Observa-se claramente que, dentre aqueles países que investiram um grande percentual do seu PIB em políticas sociais, todos eles obtiveram um IDH elevado (acima de 80%). A relação não é direta: nem sempre o país que mais investiu em políticas sociais é o melhor colocado no IDH, o que indica que não só o "investir" é importante, mas o "como investir" tem grande influência nos resultados obtidos: